Ao abaixar novamente a cabeça e aceitar seu destino, o rápido momento de sua execução se transformara em horas. De olhos fechados, nas costas do Lobo Gigante de sua Casa, voltara ao lar… À Winterfell… À Catelyn.
Ao chegar ouviu o som de sua voz ao gritar para Bran “não escale!”, a chamou, quando ela virou-se pôde ver o brilho em seus olhos, a abraçou e podia sentir na pele o calor de seus braços envoltos em seu pescoço, o doce sabor de sua boca ao beijá-la mais uma vez. Em suas mãos podia sentir cada parte do corpo da amada. De repente estavam novamente em seu quarto, e as águas escaldantes que corriam nas paredes como sangue corre pelo corpo de um homem, lhes proporcionaram um agradável clima, deitou-se com ela em sua cama, a aconchegou em seu colo e pôde acariciar-lhe os belos cabelos… Adorava os cabelos de Catelyn. Amou-a então mais uma vez.
No momento seguinte, regressou ao Bosque Sagrado e sentou-se diante do represeiro, encarou-o nos olhos para uma última prece… Antes que pudesse fazê-la, foi despertado. Quando abriu os olhos, descobriu-se a ter seu último sonho. Winterfell, seu lar, sua amada, seus filhos… Lá não havia mentiras, frivolidades, ganancia, jogos, ou traições. Lá podia sentar-se a mesa com apetite e desfrutar de noites bem dormidas. Percebera então que no gélido clima do Norte, ficara todo o calor de sua vida, e naquele lugar, mesmo com o Sol imponente sobre sua cabeça, tudo que lhe sobrara era… Gelo.
Texto escrito por Tatiane do blog Compasso Descompassado
Inspirado na obra “As Crônicas de Gelo e Fogo” de George R. R. Martin.
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